A mítica personagem Blanche, de Um bonde
chamado desejo, ganha uma versão em solo de dança contemporânea, em que as
diversas nuances femininas são apresentadas.
A
bailarina gaúcha, radicada em Brasília, Neila Baldi, estreia na próxima
sexta-feira (9), no Espaço Cultural Mapati, em Brasília, o solo “Blanche”,
inspirado na personagem principal de “Um bonde chamado desejo”, de Tenessee
Willians. Em “Blanche” a bailarina traz as diversas facetas de uma mesma mulher
que são, também, algumas das nuances por que passam todas as mulheres.
A
obra ganhou o Prêmio Funarte de Dança – Klauss Vianna 2011, do Ministério da
Cultura, e é a única representante do Centro-Oeste em sua categoria. Trata-se
da primeira vez que a mítica personagem de Tenessee Willians é transportada
para a linguagem da dança. Depois de Brasília, o espetáculo segue para
Samambaia, de 16 a 18 de novembro, e Gama, no final de semana seguinte.
Sem
contar literalmente as situações vividas por Blanche, o espetáculo permeia seus
estados físicos e psíquicos. Assim, traz os contrastes da fragilidade e da
fortaleza da personagem, da mulher sedutora e da mulher sonhadora, do medo de
chegar e da coragem de lutar, da pessoa ardilosa e daquela que precisa apenas
de um pouco de gentileza, daquela que chega com ar superior e, no final, cai
num profundo abismo. “Blanche é uma personagem muito complexa, tem uma
fragilidade física aparente, mas precisou ser uma fortaleza para passar por
tudo o que passou. E quem de nós não é assim, leoa e gata?”, pergunta-se a
bailarina.
Viver
Blanche na dança é retomar o papel sob outro ângulo, pois a bailarina havia
entrado em contato com a personagem há cerca de 15 anos, quando fazia teatro em
Porto Alegre, sua terra natal. “Trata-se
de uma personagem forte, que sempre me instigou e que gostaria de vivê-la
novamente, mais madura artisticamente”, diz. Para compor a dramaturgia do
espetáculo, a bailarina se utilizou de imagens de sombras, criadas pelo artista
plástico Nazzareno Stanislau-Messbeway, que são projetadas. “A obra de Nazzareno
dialogava com o conceito de Tenessee Willians, afinal, Blanche não quer o
realismo, não ‘suporta’ uma lâmpada nua e o escuro a conforta”, explica. Também
a partir do que considera o conceito do autor americano, a bailarina optou por
uma trilha composta por blues – Ry Cooder e T-Bone Walker -, além de usar
algumas composições criadas por Alex North para o filme “Um Bonde chamado
desejo”, de Elia Kazan. A concepção da iluminação é de Zizi Antunes, que dialoga com as
sombras do cenário.
Como
parte do Prêmio Klauss Vianna, além das 10 apresentações – sendo metade
propositalmente em Regiões Administrativas que não recebem muito este tipo de
espetáculo – estão previstas também, em cada cidade, oficinas gratuitas de
dança sobre o processo de criação e o método “Balé Clássico – Corpo Consciente”,
base do trabalho da artista.
Serviço:
O QUE: Blanche – Solo de
Dança contemporânea com a bailarina Neila Baldi, baseado na obra de Tenessee
Willians
QUANDO: De 9 a 11 de novembro,
às 21h. Dia 12, às 21h sessão fechada para estudantes de Dança.
ONDE: Espaço Cultural Mapati
(707 Norte, bloco K, casa 5 – Brasília)
QUANTO: R$ 20 (inteira)
QUANDO: De 16 a 18 de
novembro, às 21h
ONDE: Espaço Imaginário
Cultural (QR 406, cj 30, lt 6 – Samambaia)
QUANTO: R$ 5 (preço único)
QUANDO: De 23 a 25 de
novembro, às 21h
ONDE: Espaço Cultural
Bagagem (Qd 40, lj 16 – Gama)
QUANTO: R$ 5 (preço único)